domingo, 24 de julho de 2011

Entrevista para o Portal Riachaonet em 25.07.2011

Escritor Douglas Nunes, em entrevista fala sobre o filme Intolerância e Paixão
Publicado em: 25.07.2011 às 12:39:28

Douglas possui intensa militância cultural na cidade de Picos.


Douglas Nunes nasceu em Picos mas viveu algum tempo na Capital paulista. É filho do Poeta, escritor, professor e filantropo Alberto de Deus Nunes. Teve uma infância difícil, com a morte de seu pai, deixou os estudos para trabalhar. Seu primeiro emprego foi no DIOESP – Diário Oficial do Estado de São Paulo - onde trabalhou por dois anos, de 1970 a 1972, como ajudante e depois auxiliar de gráfico, convivendo com impressoras rotativas e offsets e na confecção de livros de autores paulistas, além de revistas e jornais; Depois na função de bloquista e datilógrafo.

Casou-se em 1984, tem três filhos, sendo que dois estudam na UFPI-Picos. É escritor e poeta. Atual presidente da União Picoense de Escritores. Estuda Administração de Empresa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus de Picos. E agora produzindo e dirigindo filmes.

Em 2002 fundou o Jornal dos Bairros, periódico mensal que circulou na cidade de Picos. Em 2006 fundou a Biblioteca Comunitária Casa do Livro no Bairro Pedrinhas em Picos e em 2009 publicou seu primeiro livro “Elos da Poesia. Em 2010 publicou o romance: “O mais longo de meus dias”, encontra no prelo seu mais novo romance: “O Poço das Almas”. Livros escritos que aguarda publicação: “O Vale das Falenas” e “Veredas, A Saga de um Poeta”. Em produção o livro “Enoi” que conta a história de Enói Santos Nunes, que viveu em Picos nos anos 30.

Foi repórter free lance dos jornais Folha de Picos e Jornal Total, além de escrever artigos e crônicas para diversos jornais da cidade.

Em 2009 ganhou o prêmio literário do IFPI com o Conto: “A Janela de Cortinas Brancas”. Autor do Hino do Cefet que circula na internet tendo sido classificado, ficando na segunda colocação entre os finalistas.


Riachaonet: Título do filme:

Douglas Nunes. “No começo estava em dúvida mas com o tempo e com as gravações já definidas, resolvemos que o título seria: “Intolerância e Paixão”.

Riachaonet: Seu cargo no filme:

DN. “Sempre quis dirigir um filme. Sei que jamais teria essa chance se não fosse o criador. Então, como autor, sou também o Diretor e revejo as gravações e as imagens registradas nas lentes.”

Riachaonet: Qual o Orçamento para esse filme.

DN. “O Orçamento do filme é modestíssimo se comparado mesmo com as produções amadoras. Na verdade é um orçamento que eu chamaria mais de “acanhadíssimo”. É certo que cobrirá apenas as despesas mais prementes. Está previsto um gasto de uns vinte mil reais que deve vir da ajuda de comerciantes e da população que anseia ver Cultura.”

Riachaonet: Fale-nos do Elenco do filme:

DN. “O Elenco de “Intolerância e Paixão” é formada de atores e atrizes amadores. Buscamos pessoas da nossa Comunidade, dos Bairros e até mesmo das localidades vizinhas, que quisessem atuar numa produção cinematográfica e buscamos através de testes, analisando cada um dos candidatos e fazendo uma seleção, mas dando oportunidades para todos, mesmo aqueles que não tiveram um bom desempenho; para esses foram reservadas participações em pontas nas filmagens. Ponderamos e damos muito valor àqueles que se apresentam e insistem, pois demonstram interesse em atuar, em aprender e a representar. São eles: Michelle Monteiro (papel principal) Francelina Macedo, Lícia Mayra, Evaldo Leal, Everaldo de Moura, Franco Neto, Ikaro Kilson, Julscelino de Moura e outros e alguns que atuaram no filme Senhora dos Remédios de Flávio Guedes.”

Riachaonet: Do que trata o filme?

DN. “O filme é baseado no livro “O mais longo de meus dias”, Romance de minha autoria publicado em 2010. Na verdade, eu sempre quis fazer algo diferente na vida; Fazer um filme é fazer algo diferente. Eu pensei: -porque não fazer um filme... Se para fazer um filme basta apenas ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça... Então, a ideia eu já tinha, faltava-me apenas a câmera que consegui através de parceria da União Picoense de Escritores com a FUNDAC na pessoa sensacional que é a atriz Bid Lima, que atualmente preside aquela entidade. Conversei com Bid Lima em Teresina, ela estava muito interessada na nossa produção cinematográfica e através de minha solicitação, ela nos concedeu a câmera. Lembro que para alguns é tão fácil isso: Uma câmera. Possuem a câmera mas não possuem a ideia.”

Riachaonet: Quando começou a ser produzido?

DN. “Devido a implicação do aluguel de equipamentos e motivos outros, aconteceram atrasos pela falta de ajuda financeira, além da consequência do ajustamento da Produção e do Roteiro, tendo estreado as gravações em Junho. Todos nós sabemos que o custo na produção de um filme é muito alto e depende muito também do empenho de cada um; A força de vontade cada um, o desempenho... Enfim, tudo isso motivou atrasos, mas estamos aos poucos vencendo essas dificuldades todas. Adquirimos recentemente uma placa Fireware que facilitará a Edição de imagens e o trabalho dos efeitos de imagens, etc. Essa placa custa aproximadamente R$300,00, e está sendo bancada por nós mesmos, sem a participação de nenhum Órgão Público. Repito isso para ficar bem claro que a nossa produção não tem ajuda nenhuma; Mas não é por falta de pedidos... Convocamos aqueles que poderiam ajudar, mas não obtemos resposta!”

Riachaonet: Qual a previsão de encerramento das gravações?

DN. “As gravações estão previstas para encerrar em Outubro ou Novembro e o lançamento deve acontecer em Janeiro de 2012”.

Riachaonet: Onde estão ocorrendo?

DN. “As gravações estão ocorrendo em Picos. Fizemos gravações na estrada de Torrões numa cena de perseguição, na Praça Feliz Pacheco, na feira de Picos, na Avenida Getúlio Vargas. Nessa última gravação, estávamos filmando a cena em que o personagem principal do filme, Daniel, interpretado pelo ator Celles Antonio foi sequestrado por três homens, quando um popular ligou para a polícia avisando que estava acontecendo uma agressão física. Logo uma viatura da Polícia Militar chegava ao local. Mas o nosso ator Jesualdo Alves interferiu logo e explicou para os policiais que se tratava da produção de um filme.

Isso demonstra a realidade da cena. Foi tão autêntica que os populares imaginavam que o assalto estava mesmo acontecendo.”

Riachaonet: Qual o apoio por parte de instituições financeiras e públicas?

DN. “Nenhuma! Apesar dos contatos, como eu já disse antes. Mas não solicitaremos mais. No entanto, ficará patente no filme esses dizeres: “Este filme não teve apoio algum das Instituições Financeiras e Públicas de nossa cidade de Picos apesar dos frequentes requerimentos”.

Mas quero deixar claro que a Secretária de Cultura Lúcia Monteiro manifestou o desejo de ajudar... Mas a Secretaria pouco ou quase nada contribuiu devido a falta de investimentos nesse setor. Mas mesmo sendo insuficiente, Lúcia Monteiro demonstrou empenho auxiliando culturalmente a produção deste filme e também a Presidente da FUNDAC, Bid Lima (como já disse antes) que igualmente se manifestou e promoveu a minha ida à Teresina para entendimentos e falar sobre a Edição Áudio Visual ora em atividade na cidade de Picos. Ela elogiou esse acontecimento na cidade de Picos e parabenizou Picos e seus habitantes por este evento.

A respeito disso posso lhe afirmar que a falta de incentivo, não nos fará ficar desmotivados. Para nós não existe esse vocábulo!”

Riachaonet: Qual a motivação para a produção desse filme e como surgiu a ideia?

DN. “Motivação, essa é a palavra! Foi aquilo que falei na pergunta inicial desta entrevista. Fazer algo diferente. Fazer um filme... Sempre imaginei produzindo e dirigindo um filme, regendo um filme como se fosse um músico, um maestro e a ideia surgiu depois que escrevi o Romance: “Duas Direções entre Quatro Retornos”. É uma história de ficção em que David, o personagem principal e quase único desta história, embarca numa viagem sem volta para o espaço sideral. Sua nave se perde no espaço e “cai” na chamada “Lei da Relatividade do Tempo” e ao voltar à Terra, terão se passado cem mil anos. David encontra o planeta como era na origem dos tempos. Sozinho no planeta, ele busca encontrar outras povos mas só encontra vestígios de sua própria civilização. Escrevi esse livro em 1984, mas sempre mantive esse ânsia louca de produzir um filme sem jamais expor isso, ou seja, manifestar exteriormente essa vontade de produzir um filme. Depois que atuei no filme: “Senhora dos Remédios”, despertou em mim a produção de “Intolerância e Paixão” que é a história de meu terceiro livro, o Romance: “O mais longo de meus dias”. Quem sabe no ano de 2012 eu possa produzir o filme: “O Poço das Almas” que é o meu quarto Romance que se encontra no prelo. Quero dizer que esse livro, O Poço das Almas é uma história fascinante; É claro que sou suspeito de dizer isso... Mas o público leitor é que vai decidir...”

Rianhaonet: Quais as principais dificuldades?

DN. “É, então, já falamos das dificuldades que temos encontrados. São unicamente financeiras, ou seja, a falta de apoio. Ausência total de apoio das Instituições Financeiras e dos Órgãos Públicos.

Para produzir um filme, é preciso tempo e dinheiro. Tempo nós temos, ou seja, conseguimos encontrar tempo para as filmagens. O que não temos é dinheiro. Isso nós não temos, mesmo”!

Riachaonet: O que você espera com essa produção?

DN. “A realização de um sonho, nada mais”.

Riachaonet: Há alguém em quem você se inspira para essa produção?

DN. “Apesar de me considerar distante na habilidade de dirigir, isso é evidente, gosto muito do trabalho de Alfred Hitchcock que morreu em 1980 em Los Angeles. Considero-o o maior diretor de todos os tempos”.

Riachaonet: Como avalia a cultura em Picos nesse momento?

DN. “Boa pergunta. Observando Picos hoje, sobretudo as que compõem o panorama cultural da nossa cidade, são desalentadoras. As pessoas estão tão acostumadas com a ausência da Cultura em nossa Picos que vive como se nada houvesse um dia acontecido... “--Quem se lembra de ir ao cinema hoje em Picos”? Ou então: “-- Alguém sabe qual o filme de hoje no cinema”?

Como viver do passado? Devemos viver Picos hoje, considerando-a moderna. Mas falta-lhe o incentivo, falta ação, empreendimento, coragem!

Quando foi que aconteceu o último evento cultural na nossa cidade? Mês de Maio, por ocasião do Dia da Mulher.

A Prefeitura Municipal de Picos poderia Integrar e aperfeiçoar a programação Cultural, Educação e também o Verde e Meio Ambiente, bem como garantir ao usuário cidadão mecanismos mais fáceis, ágeis e democráticos de acesso a produções culturais, através da implantação de uma Rede Municipal de Cultura. Tal Rede visa otimizar a programação e a utilização dos equipamentos culturais pertencentes à Prefeitura, bem como garantir ao cidadão o direito de opinar, interagir, avaliar e acima de tudo participar da referida programação, equipamentos e eventos culturais. Aliás, o Povo é Cultura! O Povo não é negócio!

Mas o que vemos na Realidade? É mais que desalentadora. Conheço pessoas interessadas na cultura em nossa cidade que busca realizar atividades culturais mas são ignoradas. Vejo-os como heróis, homens e mulheres que deveriam receber menção honrosa na Câmara Municipal de Picos.

Deveriam serem lembrados para sempre porque são cidadãos trabalhadores que sob este sol causticante do Piauí, buscam realizarem atividades honestas, culturais e de desenvolvimento, homens e mulheres que promovem a cultura em nossa cidade... E que acontece com eles? Nada! Aí, a Câmara Municipal de Picos se reúne e vai dar Título de Cidadania para pessoas que jamais pisaram na cidade de Picos, e jamais irão pisar novamente depois que receberam esse Título de Cidadania. Enquanto que aquele que tudo faz por Picos, no trabalho honesto, (atenção, estamos falando em conceito de valorização do indivíduo humano) são simplesmente ignorados, esquecidos”!

Riachaonet: É a primeira vez que você participa de um produção cinematográfica? Quais as outras experiências?

DN. “Em 2010 participei do Longa Metragem: “Senhora dos Remédios” de Flávio Guedes em que representei um Capitão do Exército Imperial do Brasil: Capitão José Francisco Fontes. A história se passava quando da Guerra dos Balaios no Maranhão entre os anos de 1838 à 1842. Fizemos várias tomadas, sendo que na Fazenda Boqueirão, na casa do Coronel Coelho Rodrigues foi onde houve maior concentração de filmagens e também em Oeiras, Sussuapara etc. Uma boa experiência”.








Vejam mais algumas fotos das gravações de hoje:







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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mais algumas fotos (dessa vez tiradas por um celular, desculpem..) das gravações:







Clique para ampliar.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

No dia 20 e 21 foram realizadas novas tomadas. As filmagens continuam a serem realizadas. Já foram feitas as filmagens do personagem Daniel na prisão e também o diálogo de Daniel com o Vidente, em que relata a sua inocência. Cenas imocionantes com a pequena atriz Mayra de apenas 9 anos.
Enfim, logo que as imagens estiverem Editadas, serão aqui expostas. Aguardem!


Hoje (19/07) foram gravadas algumas cenas de ação: Sequestros e perseguições em plena Getúlio Vargas. Até a polícia foi bater lá!
Assim que possível colocaremos fotos e vídeos de algumas cenas. Até mais!